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O papel da mulher nas relações internacionais


O dia internacional da mulher, consagrado pelo dia 08 de março, ano após ano, é fortalecido como a luta pela equidade entre homens e mulheres. E nas Relações Internacionais isso não é diferente. A disciplina foi desenvolvida por quatro grandes debates. O conceito de gênero obteve destaque nas duas últimas décadas a partir do “terceiro debate”. Essa nova interpretação faz criticas as políticas internacionais e suas construções. Para as relações internacionais a inserção dos temas de gênero faz parte de uma redefinição de política estratégica para promover a justiça. 

O feminismo se consolidou como uma teoria das Relações Internacionais na década de 1990. De acordo com Tickner (2010) as diferentes abordagens feministas construídas ao longo do tempo possuem um argumento em comum dentro da disciplina, que afirma que a política internacional está baseada em uma “hegemonia masculina” e, por isso, o entendimento da disciplina fica prejudicado, pois não considera as experiências das mulheres, o que influi na esfera de decisões do cenário internacional. Para Tickner (2001), a entrada das feministas nas RI pode ser dividida em dois momentos, que ela classifica como “duas gerações”:


Primeira geração de feministas em RI: Se fundamentou em contrapor os dogmas machistas a partir dos quais se estruturavam o cenário político internacional, de modo que as feministas introduziram uma crítica que enfatizava a participação feminina na formação da teoria e da prática da disciplina, desconstruindo conceitos e paradigmas. 

Segunda geração de feministas em RI: Visa a investigação de casos empíricos, com o objetivo de dar visibilidade as questões de gênero e da vida das mulheres, apresentando um interesse metodológico comum pela investigação sociológica, baseada na identidade, interpretativa ou linguística. 

Ponto central do feminismo: É usar o gênero como elemento de análise para as investigações das teorias de R.I, o que pode ser uma razão explicativa do motivo pelo qual o feminismo é negligenciado, já que “o campo tende a julgar os pesquisadores nos termos de quão bem eles operacionalizam e testam as teorias existentes ao invés de valorizar as inovações teóricas e metodológicas que apresentam” (Tickner, 2005, p. 2173).

O feminismo é um movimento político, filosófico e social que defende a igualdade de direitos entre homens e mulheres, em todos os níveis, seja em gênero ou orientação sexual, contrariando o modelo sexista machista. É uma filosofia que questiona as relações sociais, com o fim de gerar soluções para conflitos emergentes. Trata-se então da desconstrução de dogmas ultrapassados para fomentar uma realidade melhor e mais harmônica em sociedade. 


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