Clima de tensão entre EUA e Irã oscila relações internacionais da comunidade internacional
Após ataque ao aeroporto de
Bagdá por tropas norte-americanas seguindo ordens do atual presidente, Donald
Trump, foi anunciada no dia 3 de janeiro a morte do general iraniano Qasem
Soleimani, comandante da força da elite Quds da Guarda Revolucionária. De
acordo com o governo norte-americano, a aplicação de tal medida se deu porque o
general estava desenvolvendo planos para atacar diplomatas norte-americanos e
militares no território iraquiano.
A tensão entre os dois países
gerou grande temor na comunidade internacional, em virtude do acontecimento de
uma possível guerra mundial, o que ocasionou em uma oscilação das relações
internacionais. O realismo político define que a comunidade internacional se
caracteriza em um sistema anárquico, onde não há um governo mundial supremo tampouco
um organismo internacional que esteja acima dos estados para impor um código de
regras comum.
Entretanto, a Anarquia não impede que estes estados possam vir à adotar tratados ou convenções que venham a constituir instrumentos ou dispositivos legais que gerem efeitos no âmbito doméstico de seus respectivos territórios. Por conseguinte, com a ausência de um poder ou um tribunal internacional supremo, os estados se enxergam com receio e hostilidade, isto é, a desconfiança é um atributo inerente a este sistema, por não haver um elemento coercitivo efetivo que inviabilize o descumprimento de obrigações.
Não obstante, o atentado
norte-americano que matou o general iraniano Qassim Suleimani levou o Irã a
prometer vingança e gerou especulação sobre uma Terceira Guerra Mundial.
Contudo, esta possibilidade não deve ocorrer tendo em vista que o Irã é uma
força regional e sem peso para envolver outras potências globais no conflito.
Sem a Rússia, a China ou a União Europeia medindo forças com os Estados Unidos,
não há uma guerra com dimensões globais.
Sem embargo, nesta manhã de
quarta-feira, 08/01/2020, o Irã lançou mais de uma dúzia de mísseis contra
alvos dos EUA em uma retaliação ao ataque promovido pelo Estados Unidos. O
disparo dos mísseis fez aumentar os temores de um conflito mais amplo entre os
países e deve ser o principal tema nas mesas de operações. As bolsas asiáticas
chegaram a cair mais de 2% ao longo da madrugada, e fecharam todas em queda:
Tóquio recuou 1,57%; Hong Kong, 0,83%; Xangai, 1,22% (G1, 2019).
De
mais a mais, o realismo clássico proposto por Morgenthau, prevê que a
balança de poder é um elemento estabilizador essencial do sistema
internacional, onde vigora uma sociedade de nações soberanas, constituindo
assim em um equilíbrio entre os estados, que não permite a ascensão de um
estado sobre os demais ou violação de seus interesses e direitos, ao passo que
tal medida poderia vir a destruí-los. Em outras palavras, a manutenção
deste "status quo", leva impreterivelmente a uma configuração que é
chamada de "equilíbrio de poder", bem como políticas que se destinam
a preservar esse equilíbrio.
Assim, a maior dúvida que trespassa toda comunidade internacional é sobre os próximos desdobramentos deste conflito. O presidente americano, Donald Trump, tuitou nesta quarta-feira, 08/01/2020, que “está tudo bem” nas bases atacadas e que as forças armadas norte-americanas são as mais poderosas e bem equiparadas do mundo. A expectativa inicial era de que ele emitisse um pronunciamento que pudesse desencadear um aumento do conflito, porém a nota foi de apaziguamento e pacificação.
Referências:
MORGENTHAU, Hans. Política entre as Nações. Brasília: Editora UnB, 2002. Parte IV. Pp. 321-417.
GI, 2019. Acesso 08 de janeiro de 2020 em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/01/08/lider-supremo-do-ira-diz-que-ataque-com-misseis-e-um-tapa-na-cara-para-os-eua.ghtml
EXAME, 2019. Acesso 08 de janeiro de 2020 em: https://exame.abril.com.br/mercados/ataque-do-ira-derruba-bolsas-e-impulsiona-petroleo-e-ouro/
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